Quando a Tattoo Supera a Dor
Que as tatuagens se têm vindo a tornar num fenómeno universal contemporâneo já todos nós sabemos. Assim como toda a emotividade que guardam em cada traço. Celebram o amor, a amizade e a personalidade. Invocam saudades de pais, avós e irmãos. Retratam sofrimentos e muito mais que apenas momentos. Marcam emoções e, por vezes, desilusões. Sonhos e ansiedades. Registam datas importantes e até renascem nos corpos dos pais os nascimentos e caras fofas dos filhos(as). Tudo isso e muito mais…
Mas o que vos trazemos neste post vai para lá das realidades mais comuns que nos conduzem a um estúdio para sermos tatuados. Falamos de um sentimento mais profundo, uma demanda emocional que nos transporta para uma reflexão mais introspetiva da nossa existência.
Acompanhem-nos nesta incrível viagem de superação…
A cada dia que passa no Piranha Tattoo Studios registam-se na pele relatos de histórias incríveis e, mais vezes do que possam pensar, quase inimagináveis!
Costumamos afirmar que “a realidade ultrapassa (quase) sempre a ficção”, e a verdade é que começamos a acreditar que essa afirmação é simplesmente inegável.
Desta vez, com máximo respeito e sentido de responsabilidade, partilhamos convosco, contado na primeira pessoa, a dureza de passar por uma doença oncológica e lutar no dia a dia para a ultrapassar. O processo é tão doloroso e de tal forma marcante, que impele para uma alteração da própria personalidade.
Quando a tormenta dos tratamentos é felizmente superada chega a altura de sarar as feridas mais difíceis, aquelas que tocaram com profundidade na alma, onde a dor e o medo se fundiram com o psicológico.
“Esta tatuagem não foi uma simples tatuagem, foi tentar repor no meu corpo a “normalidade” que a doença me havia retirado.”
O nome da nossa Guerreira é Teresa. Aceitou o desafio de partilhar a sua história connosco, porque acredita poder ajudar outras pessoas com a sua própria inspiração e coragem. A importância e superação que atribui ao processo de tatuar no peito o mamilo que a doença cruelmente lhe roubou, faz-nos repensar as nossas prioridades mais básicas e manter a esperança de que “tudo pode mesmo ficar bem“!
Foram tempos de sofrimento e, como se não bastasse, para dificultar ainda mais, associados a uma pandemia que nos empurrou para um confinamento obrigatório difícil de ultrapassar.
Na verdade, e esta é para todos(as) sem exceções, o temor do desconhecido transporta-nos para as dúvidas de um futuro incerto!
Não foi menos que isto para Teresa…
Sim, vai para além da estética. Era a “peça” que me faltava para me voltar a sentir mulher, de bem comigo mesma.”
Teresa, obrigado pela coragem e testemunho. Comecemos pela derradeira questão.
Que importância teve para si esta tatuagem?
“Esta tatuagem não foi uma simples tatuagem, foi tentar repor no meu corpo a “normalidade” que a doença me havia retirado.”
Muito mais do que uma questão de estética… Não?
“Sim, vai para além da estética. Era a “peça” que me faltava para me voltar a sentir mulher, de bem comigo mesma.” “Olhar-me ao espelho e ver minimizadas as marcas de tempos dolorosos que vão sendo ultrapassados.”
O Tatuador toca na Alma… Até que ponto aquelas horas com o Diogo Aime ficarão na sua memória?
“O profissionalismo do Diogo levou-o a mergulhar neste trabalho não só como tatuador mas também como criador, que tentou restituir algo pessoal e único que havia sido perdido de forma cruel.” “Estas horas ficarão marcadas, uma vez que foi a última etapa do processo que me vai dar força para continuar a enfrentar os desafios do futuro! Ótimo trabalho!”
Esta é uma estória real que ultrapassou em muito um Estúdio de Tatuagens. Tratou-se de fazer a diferença com um gesto artístico. A prova de que as mãos do Homem podem e continuarão a fazer toda a diferença neste mundo atribulado, onde todos sonhamos ser felizes e construir memórias inesquecíveis!
Encontrar o equilíbrio certo resultará na expressão plena de cada tatuagem, e será a evidência física e psicológica que garante a certeza de ambos, Tatuador e Corpo/Alma da/o Tatuada/o, passarem a ser marcantes nas vidas um do outro! E certamente serão. Assim foi mais uma vez…
Obrigado, à Teresa e a todas as “Teresa(s)” pelo testemunho e coragem!